2025 está terminando.

O ano está terminando, qual o balanço você faz sobre tudo o que aconteceu? É difícil, nem tudo são espinhos, mas o que chega para nós todos os dias somos tão ruim que parece que não acontece mais nada de bom. Isso é porque nos mostram o caos, as barbaridades, as trapaças, que sabemos que existem há décadas, desde que não havia polarização, mas as informações eram poucas, e achávamos que era assim, normalizado.

Hoje, além de sabermos de tudo e muito rápido, parece que as pessoas não se importam em agir desonestamente. Se é assim que vou me dar bem, é assim que vou fazer. Sem sequer se preocupar com o que pode acontecer um dia. Todo pilantra acha que nunca vai ser descoberto, mas vai.

O que sabemos é que sobrevivemos a mais um ano do novo milênio, esse cheio de malandragem e esperteza. A cada ano, novos golpes para ganhar dinheiro fácil enganando quem trabalha de verdade, ratos saindo das tocas, sendo descobertos como se passasse inseticida e eles correm para fugir. Máscaras caindo, personagens se desmoronando, a natureza mostrando quem manda, cada um se sentando no seu lugar.

Quantos sobrarão? Se é que sobra. O feminicídio está aumentando e as mulheres estão sem proteção nenhuma com tantos machões à solta, e covardes também. Homem que mata mulher não é homem, é bandido e deveria passar o resto dos seus dias trancado, vivendo somente com homens.

Ser mulher virou sinônimo de perigo em qualquer lugar, como se fôssemos um objeto, não gostou, joga fora. Por isso sou a favor de mais homens irem para as ruas defenderem quem lhes deu a vida, esse problema é dos homens, eles devem resolver isso e acabar com essa baixaria de machismo.

Nós, mulheres, devemos nos unir e lutar contra esse absurdo de tantos abusos e mortes. Ser mulher é ser humano. Não importa a roupa, se está ou não chamando atenção, nenhuma mulher quer ser estuprada, morta, silenciada. Mulher gosta de se sentir bonita, de se cuidar, somente isso.

Em 2026, esperamos que muitos homens se unam com as mulheres contra essa violência, que todo tipo de violência, não somente contra a mulher, mas tudo que sugere violência, seja acabado. Que possamos ser livres, e os responsáveis por tanta sujeira paguem pelo mal que fazem.

Quem não sabe viver, dê um jeito de aprender, quem sabe consegue viver um pouco mais, desde que aprenda a respeitar o espaço, o direito, a liberdade de cada um, senão a vida vai se rebelar contra você. Prefira ser feliz a ter mais do que merece.

Não se esqueça que ninguém faz nada sozinho. Ensine seus filhos a respeitarem as pessoas, começando por você, pais que não dão respeito não serão respeitados, e ninguém será, aprender se aprende em casa, na rua só repete o que se vê.

Se quiser ter saúde mental, ser feliz e, mais saúde do que remédios, conheça uma palavra simples, mas diz tudo. Limite. Cada um tem o seu, controlando suas emoções e reações. Compaixão, se colocar no lugar do outro. Você gostaria que fizessem com você? Respeito, cada um tem sua opinião, liberdade de expressão, de ser.

Apesar de tantas coisas ruins, devemos pensar no que há de bom na vida, apesar de não te contarem, mas vá viajar, conhecer novos lugares, pessoas, se encantar com a vida. Mas lembre-se, você vai, mas volta, e nessa volta tudo continua como antes. Então aproveite o novo, sinta a felicidade por alguns instantes, reflita que sempre há uma maneira de ser, ou se sentir feliz. Não permita que o mau te transforme e seja maior do que você, somente você é capaz de mudar tudo a sua volta, mudando a si. Pense nisso e seja feliz.

Que 2026 traga mais alegria, disposição, saúde mental e força para os momentos difíceis, porque eles vêm, é inevitável, mas com resiliência sabemos superar. Boas Festas e até o ano que vem!

A vida te alerta

Alerta máximo para a vida! Ela chama, tenta avisar, mostra detalhes na saúde mental e física, e a espiritualidade está sempre do lado de fora, como se não existisse, mas sinto em informar aos ateus, mesmo assim a sua espiritualidade também existe.

No podcast “Saúde mental e espiritualidade” com Tallys Monea, falamos muito sobre a vida física e mental, o quanto está relacionada com a espiritual, uma depende da outra, a tríade: corpo, mente e alma. Sem ajuste, não existe sintonia.

Nossa mente e corpo se desenvolvem conforme o que aprendemos, com nossa genética e os ancestrais; não podemos ignorar o que viveram. Porém, o hoje é um reflexo do que vivemos e das raízes que trazemos. Lentamente, vai se moldando quem somos, nossas emoções não vêm somente do corpo, mas da alma.

Quando algo vai mal, o corpo dá sinais, muitas vezes ignorados por nós, como se fosse somente uma dor de estômago, dor de cabeça, cansaço, estresse. Enfim, damos um argumento para não encarar o prejuízo causado por nós mesmos, através dos pensamentos, sentimentos e crenças que aprendemos ou guardamos e não aprendemos a lidar.

Tem quem não acredite no espírito porque não está vendo, mas você vê a doença se formando em você? Às vezes nem sentimos nada. No exame acredita, por quê? Você ainda não está vendo.

E tudo começa na mente, nas angústias, tristezas, mágoas que você sente, mas não acredita que o corpo transforma em doença. Você é o que vive, o que consome, dos alimentos que ingere e dos alimentos que vê e ouve. O seu dia reflete quem você é.

Estamos passando por uma turbulência mundial que está causando muitos transtornos mentais e físicos, a ansiedade e depressão crescente, o consumo de ter, ser ou querer ser. O dinheiro, posição, aparência. Mesmo assim, existem pessoas que conseguem viver muito bem sem nada disso, sem sequer pensar em aparecer, estudando, evoluindo, crescendo, sendo exemplo para muitos que só pensam para fora e não para dentro, e isso no meio dessa turbulência.

Só depende de nós a maneira como vai seguir sua vida, na manada ou individual. Aceitar quem é, ou viver insatisfeito consigo mesmo. Dar mais importância para o que mostra do que para quem é. Fale menos, apareça menos, e observe mais.

Já passou da hora de se fazer uma retrospectiva da vida e entender como vivíamos antes desta vida exposta e mentirosa. Você já postou sua alma? Não dá, não é? Teria coragem se pudesse? A menos que se preocupasse com sua tríade, realmente teria prazer em mostrar, mas ultimamente muitas são quebradas, doídas, marcadas por traumas, mas nas fotos, bom, é melhor mostrar o mundo do faz de conta que sua criança interior ainda não conseguiu se livrar.

Faça da sua vida o melhor para você e para os outros também, quem não sabe equilibrar a vida, desequilibra os outros.

Assista ao Podcast Pod mari? No canal do YouTube “Saúde mental e espiritualidade”

Pod Mari – Maristela fala sobre Saúde Mental e Espiritualidade

As incoerências sobre relacionamentos

Como todos sabem, não aceito essa violência contra a mulher, não há justificativa para tanto ódio, para agressões infundadas, muitas vezes somente por ser mulher, ou outras porque estava usando uma roupa que chamava a atenção. Uma roupa não diz nada, as atitudes sim.

Tem um lado meio obscuro nesse contexto, nenhuma mulher quer ser violentada, morta, agredida por um homem, não procura um abusador, cai na armadilha do sedutor, do homem gentil, inteligente, mas que em pouco tempo começa a mostrar a que veio, ou melhor, escolheu você a dedo como a próxima vítima.

Por outro lado, já vi mulher falando que não gosta de homem bonzinho, aquele bacana que te trata bem, como mulher, o homem de verdade. Agora pergunto: qual mulher deseja um homem agressivo, que te machuca, fere seu corpo e sua alma, te causa traumas, medo? Então a lógica é dispensar o homem de verdade e procurar um que não te valoriza e nem respeita? Qual o sentido disso? Esse tipo de atitude pode atingir um número de mulheres que realmente vão achar chato serem bem tratadas, controladas, limitadas ou ameaçadas. Para muitos esses atos são ciúmes, mas não são. 

Me solidarizo com as mulheres que sofrem de verdade, que caem em mãos erradas, são tratadas como uma propriedade a qual manda e desmanda. Mulheres que precisam se esconder, medidas protetivas, as que são intimidadas, controladas e proibidas de serem mulher. Pelas mulheres que não conseguem se livrar dos homicídios, das agressões, do medo. Das mulheres estupradas pelos seus próprios companheiros ou um qualquer, pelas crianças, meninas principalmente, que desde que nascem sofrem por serem mulher. A mulher preta, pelo preconceito da cor e do gênero, sofre em dobro. Pelos inúmeros feminicídios, pelas tentativas de avisar com cuidado o que pode acontecer, caso caia nas mãos de um agressor. Por todas que perderam a vida ou o brilho dela. Muitas precisam de ajuda porque estão em perigo. 

É preferível um chato que te ama, do que ter um que no fim pode te matar, te bater e acabar com seus sonhos. Se você recebe amor e carinho e não gosta, certamente nunca recebeu, portanto não pode dar valor a quem sabe dar valor. Está bem fácil encontrar um abusador, mas também existe muita mulher querendo um chato para chamar de seu.

Os romances estão acabando, os sonhos também, falta pouco para termos uma população de idosos sozinhos. A violência contra a mulher é   um preconceito machista e misógino. De um lado ainda existem pessoas do bem, ambas procurando-se e não encontrando, porque amor nasce de uma relação em que os dois devem querer estar juntos, mesmo quando as adversidades estiverem presentes, apoiar nas horas difíceis, sonhar junto, conquistar, entender que o outro tem sentimentos e desejos que às vezes você não tem. Nem pai, mãe e filhos têm a mesma sintonia e vivem juntos, que dirá um amor. 

Essa luta das mulheres só acabará quando todas se unirem pela mesma dor. Chega de violência. Diga não ao machismo.

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra. Não deveria ser dia da consciência humana?

Se todos somos seres humanos, devemos agir como um, mas, na verdade, a discriminação e o preconceito à pessoa preta não são um ato humano. Pessoas humanizadas são pessoas que respeitam o outro, os espaços, os direitos de cada um de nós, independentemente da cor. É uma exclusão que vem de séculos atrás que nem faz sentido trazer para os dias atuais. Que evolução é essa que segue a ignorância de séculos passados? O ser humano não evoluiu nada.

No passado, eram escravizados justamente pela cor, mas a lei áurea já acabou com a escravatura há muito tempo, porém o que vimos ainda hoje parece nunca ter acabado. Se a maioria da população brasileira é de pretos, por que vemos tão poucos em lugares de destaque? Se nossa saúde mental começa na infância, imagina o que uma criança preta sofre com o preconceito, bullying? Por ser julgada, discriminada pela arrogância de um branco que nem sempre tem as qualidades que o coleguinha tem?

É uma luta sem fim, assim como a pobreza, a aparência perfeita ou ser mulher! Quantas lutas ainda temos pela frente por motivos sem nexo, por ignorância de um povo que só olha para fora, nunca para dentro, sem compaixão e muito menos respeito. Até onde vai a maldade, a vontade de humilhar as pessoas sem razão alguma?

Já se colocou no lugar de alguém que sofre com preconceito de cor? A discriminação diz mais sobre você do que sobre o outro. Quanta gente branca que temos que engolir agindo com maldade, até matando por se achar no direito, sabe lá por quê.

Hoje, no Dia da Consciência Negra, pense que a consciência deve ser humana. Afinal, preto também é humano, e a consciência não tem dia. Aprenda a respeitar que a mudança acontece.

Estamos todos na escola da vida

A vida é uma escola que não sabemos quando acaba, aprendemos todos os dias desde o nosso nascimento. Crescemos e aprendemos na escola a ler, escrever, geografia e história, fazer contas. Educação. Mas os aprendizados da vida são vivendo, pode parecer sem sentido, mas não é. Tudo o que acontece é um novo aprendizado, mesmo quando envelhecemos, aprendemos coisas novas com as novas gerações. Então, por que reclamamos tanto deles? Também fomos de uma geração que teve suas descobertas. Agora enxergamos como se tudo estivesse errado, mas está tudo no seu devido lugar, inclusive nós.

No podcast da última sexta-feira sobre neurociência e adolescentes, o assunto gerou uma série de reflexões sobre o nosso comportamento em relação aos jovens. “Eles nasceram na era digital e certamente têm uma visão de mundo completamente mais avançada do que aprendemos. Viemos de uma geração em que tínhamos que esperar o comando, hoje eles já sabem aonde chegar, e vemos isso como indisciplina”. (Palavras do educador @joãoalmeida_vidadepreto), na verdade, é mais evoluído. E tomara que isso seja a mudança do mundo.

Trazemos ainda aquela frase: “Eu falo, você escuta”. E quem escuta o adolescente? Ele tem problemas, sentimentos, dúvidas, medos, incertezas. E quem vai falar, quem vai perguntar o que precisa? Mas criticar e culpar, isso não falta. Eles ainda não amadureceram, estão aprendendo quem são no mundo.

E como queremos mudar o mundo se nós mesmos não mudamos? Se a criação continuar a mesma, continuaremos a criar agressivos, dependentes, não daremos voz. E vai reclamar do quê? Estamos entregando esses cidadãos ao mundo com todos os problemas que ele tem. Duro encarar? Mas a verdade é dura mesmo.

Seu filho é o que aprendeu. Garanto que ele não nasceu ruim, malandro, e nem querendo aprontar ou desrespeitar os outros. Vale a pena refletir e aceitar os erros, afinal somos humanos em fase de evolução, ainda. Errar não é humano? Então, por que não aceitar o seu erro? Como disse Willian Borghetti. “Adolescente não ouve, adolescente sente”. Criou uma sigla que representa o que o adolescente precisa. (ALE) Amor, limite e estímulo. Será que estão recebendo?

Não somos perfeitos, nossos filhos também não são, o mundo não é, e está tudo bem. Ainda estamos na escola da vida, ainda dá tempo de mudar e evoluir juntos para podermos ter um mundo melhor.

https://www.youtube.com/live/flyAi6ZVtGQ?si=xBqmF6V5E8AhqioU

 

Violência em forma de guerra

Tenho falado muito sobre violência na saúde mental, mas existe outra que também abala a saúde mental para sempre, a violência armada. Abala o medo, a guerra, a opressão, a liberdade de viver e ser feliz. O poder de uma arma em mãos e tudo se torna perigoso.

Chego à conclusão de que a agressão entre as pessoas, tanto em palavras quanto em atitudes físicas, vem da agressão que estamos sofrendo há anos, crescentemente, sem uma política pública da qual possamos contar para nos proteger. O humano está se tornando um animal irracional, sua defesa é instintiva de tanto nos virarmos sozinhos, nos proteger do jeito que dá. Claro que é injusto sair matando ou agredindo, mas é o que estão ensinando descaradamente.

As pessoas estão ficando doentes, nunca teve tantos casos de depressão e ansiedade como temos agora, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, imagina o quanto isso traz de prejuízo para o povo? É tudo difícil, urgente, querendo ganhar dinheiro, ter, sobressair, estar certo, ser o melhor. E ainda a violência que sofremos diariamente, nas ruas e pelos noticiários. Para onde vai nossa saúde mental se não tratarmos? Ou melhor, se nada for feito?

O que aconteceu no Rio de Janeiro foi um alerta para a população se unir e, em união, solicitar segurança, cobrar por uma solução. Basta de violência, golpes, até mesmo com nossas crianças, que não têm o direito de serem crianças, brincar e aprender o que precisam, e não o que não precisam saber.

Fica meu recado, minha indignação com tudo o que estamos vivendo. Aliás, estamos sobrevivendo. Ou mudamos e nos unimos, ou todos seremos prisioneiros do Planeta Terra.

Misoginia é crime.

É engraçado como ainda enxergam as mulheres. “Mulher não serve para comandar, tem filho, falta para cuidar do filho ou ir em reunião escolar, é muito sentimental, fica na TPM, é instável.” Primeiro, por que o pai não precisa ter essa responsabilidade de sair para ir à reunião escolar? Não pode faltar para levar o filho doente ao médico? A irritabilidade dele no trabalho é coisa de homem, se faltar por causa de uma gripe ninguém fala que é frescura, mas mulher faltar porque está com cólica é frescura; mal sabem o que é uma cólica, e ainda tem a andropausa, sabia? Quantos homens tratam da andropausa? Fazem reposição hormonal? Pois é, não fazem. Mas a menopausa na mulher é motivo de chacota e “brincadeirinhas” bastante desrespeitosas, como: ficou insuportável, que tanto calor você sente, engordou, sua pele não é mais a mesma, resseca tudo. A andropausa no homem ninguém fala, perdem também muita coisa, ficam chatos, perdem os hormônios, mas está tudo bem, afinal, a falta de paciência, irritabilidade e grosseria é normal.

A mulher chega em casa após um dia de trabalho exaustivo com a normalidade de um homem irritado, e ainda faz comida, cuida dos filhos, da casa, administra os gastos, ajuda na tarefa de casa dos filhos, da educação, e ainda é sensível. Fora ser mulher.

Enquanto isso, o homem que trabalhou o dia todo, assim como a mulher, espera a janta sentado, fica na sala enquanto a mulher arruma a cozinha, prepara o lanche do filho do dia seguinte, cuida dos últimos detalhes, toma seu banho e vai dormir. Mas é o sexo frágil.

Ganha menos, trabalha mais, cuida de tudo sozinha, e muitas ainda são maltratadas pelos seus maridos, psicologicamente, moralmente, sexualmente, diminuídas, mal faladas, simplesmente por ser mulher. Enquanto isso, é tudo muito normalizado para a raça chamada homem.

Se tantas coisas mudaram ao longo do tempo, se as mulheres já conquistaram sua liberdade, já provaram que resistem muito mais, sem precisar ter força física, e ainda aguentar tudo e um pouco mais… Por que dói tanto o machismo?

Mulheres têm direitos, opções de vida, ser ou não ser mãe, casar-se ou ficar só, trabalhar, escolher sua própria vida. Liberdade não tem sexo, liberdade é direito, não opção. Também pode ser mais inteligente, mais forte, mais resistente. Não à toa foi dado à mulher o parto. Resiste e vive após o parto, e cuida, e ponto.

O ato de bater, humilhar ou até matar uma mulher é covardia, ou inveja de não ser igual. Agora será crime misoginia. Hostilidade, violência ou aversão à mulher, somente por ser mulher. Hoje temos lei a nosso favor. Cuidem das palavras e postura contra uma mulher, o efeito não será nada agradável.

Num mundo onde o machismo predomina, toda luta e esforço é feito na raça. Fomos silenciadas por anos, aprendemos que o homem é o provedor da casa, aprendemos a sofrer calada. Infelizmente isso ainda acontece de uma maneira menor, mas o medo e a opressão continuam, tanto que muitas mulheres sofrem abuso sem perceber, e ainda acham que são felizes ao lado de seus parceiros, o momento que acende a luz do perigo é quando o abuso físico chega.

Faz muito tempo que o feminismo alerta, mas são poucas as que levantam a bandeira para lutar pelos direitos de gênero, sofrer somente por ser mulher, não é aceitável, temos nosso espaço na sociedade como ser humano, trabalhando, estudando e vivendo. A união faz a força. Mulheres, deixem de ser machistas e apoiem mais nossos direitos. Homem também tem que ter responsabilidades dentro de casa e com os filhos, nem tudo é culpa da mãe, tem muito mais culpa do pai ausente, do que da mãe que dá conta de tudo e falha, às vezes, por pura exaustão. Pai também é responsável pela educação dos filhos. Como dizem alguns, que lugar de mulher é na cozinha, então, lugar de homem também é dentro de casa ajudando, cuide da sua família.

Mente, corpo e alma. É autocuidado

Dando continuidade ao podcast da última sexta-feira, ‘Cultura do cuidado e saúde mental na escola’, um tema maravilhoso e de muito conhecimento. Ainda há muito o que se falar.

Quase ninguém olha para um adolescente com cuidado, sempre falando da fase como chata e problemática, mas é aí que mora o perigo. Um adolescente está precisando de ajuda, pedindo socorro, está saindo da infância e entrando numa fase que também não é adulta, as confusões de quem é só pioram. E os adultos, pai, mãe ou responsável por aquele ser, ajudam a piorar.

As escolas preparam um ambiente, nem sempre acolhedor, mas bonito, com propostas de futuro, material atrativo. Será que os professores estão preparados? Como comandar uma classe de trinta ou quarenta alunos, cada um com problemas diferentes, necessidades diferentes, e um professor que também necessita de ajuda?

A demanda do trabalho de um professor é extremamente estressante, trabalha antes, durante e depois, e ainda tem de lidar com questões nem sempre fáceis de encarar. Muitos alunos chegam à escola desgastados, sem orientação, sem tempo dos pais que trabalham e enfrentam muitas dificuldades no dia a dia. Como fica a saúde mental desse adolescente?

São os hormônios, a desobediência, a preguiça. Não, é a falta de maturidade para lidar sozinho com toda essa ebulição de transformação de necessidades do prazer, a ocitocina, o impulso de fazer sem pensar, o autoritarismo dos adultos, medo, opressão, estresse. O córtex frontal ainda não está formado, a maturidade só chega por volta dos 25 anos.

É a fase que mais precisa de atenção dos pais, de conversa, de compreensão, da capacidade de perceber que algo está errado. Nesse momento, a segurança da família é o mais importante para seu filho. Saúde mental é autocuidado, mente, corpo e alma. Portanto, a atenção é necessária, não o julgamento.

As escolas precisam de mais amorosidade com seus alunos, não é passar a mão na cabeça para os erros, é perceber a necessidade de cada um, e para isso é necessário que os professores, os quais estão todos os dias com eles, estejam preparados pela escola para dar o apoio que necessitam.

Os moldes escolares continuam muito ultrapassados, é preciso entender que os alunos aprendem muito mais com a interatividade do que com professor, lousa e aluno. Não faz mais sentido esse processo. Se o aluno chega à escola irritado, desanimado, ele precisa de incentivo para participar, interesse para aprender, e um lugar acolhedor para ter prazer em frequentar.

O mesmo se repete em casa, ter com quem contar, quem se preocupe e compreenda. Um ambiente leve, sem opressão, sem violência, com diálogo e uma convivência prazerosa. Pais que brigam com a escola não ajudam em nada, primeiro é o ambiente familiar, a escola é a extensão que seu filho vive, portanto, é em casa que precisa mudar, a escola ensina, a família educa.

Não há mudança sem amor, não amor sem respeito.

Assista ao episódio 2 do podcast

https://www.youtube.com/@MaristelaPradoescritora

A mulher tem proteção contra o abuso. Mas o que fazer com o abusador?

No meu primeiro episódio do podcast sobre abuso contra a mulher, falamos muito sobre os casos que mais aparecem e como a mulher pode procurar ajuda. Uma coisa que sempre falei sobre esse assunto é o porquê de a mulher nunca achar que está numa relação abusiva quando está passando pelo abuso psicológico, sendo um dos piores. Acha que é o jeito dele, sendo ciúme, cuidado com você, mas, na verdade, é abuso.

Nenhum abuso começa com violência, claro, seria demais. Normalmente, são pessoas muito agradáveis com os outros, mas um tormento para quem vive. E o pior, isso é só o começo, depois pode passar para todos os outros, e se não souber identificar os primeiros sinais, pode ser mais uma vítima do feminicídio.

A psicóloga Solange Ferreira e a Assistente social Janaina Costa, da casa de assistência à mulher em situação de risco de morte, Vem Maria, em Santo André, falou muito sobre os casos que chegam e o estado em que a mulher se encontra, e em alguns casos mais graves, são levadas para casas de acolhimento à mulher e seus filhos, para poderem sair da zona de perigo.

Temos muitos canais de atendimento no país, cada região tem o seu, mas também existem os canais nacionais, de emergência, inclusive um aplicativo com botão de emergência para mulheres que estão com medida protetiva e o sinal com as mãos, caso esteja em lugar público e não tenha como falar. Todos foram falados.

Pois bem, temos que avisar as mulheres, orientá-las e falar muito para não permitirem que sejam abusadas, ou que cheguem a um estado de que não sabem como sair, podendo chegar ao feminicídio.

Chegamos a um momento em que falamos. ‘O que fazer com os abusadores’? Avisamos às mulheres como identificar os sinais, como se proteger, mas e como acabar com isso? Quais medidas devem ser tomadas para que os homens que se qualificam ‘machos’ entendam que a mulher é um ser humano como todos, com sentimentos.

Por que acontece tanto, qual o motivo para tanta agressão? A independência da mulher atual, a qualificação profissional, a inteligência que não fica nada atrás de um homem? Não sei a resposta, mas sei que é preciso ser feita alguma coisa. Talvez uma reeducação dos pais para criarem filhos mais humanos que valorizam suas mães, elas também são mulheres.

Honrar a sua origem, sua avó, bisavó, tataravó, a geração da árvore genealógica da qual você veio, senão nem existiria.  Todos estão ou já estiveram no mundo por uma mulher. O mínimo seria sermos respeitadas, e não agredidas.

Já existe muita mulher não querendo mais se relacionar, preferem ficar sozinhas a ser agredida, afinal pode sair de uma relação e entrar em outra igual ou pior, são tantos os casos que não dá para descartar. Se continuar desse jeito, ou acaba a população nativa, ou os homens serão apenas doadores, e descartáveis. Triste fim da sociedade humana.

Não deixe de assistir o primeiro episódio do podcast “Abuso contra a mulher”

Acesse o canal Maristela Prado escritora – YouTube

Por Maristela Prado

Vamos brindar com água, enquanto der.

E a vida do segundo milênio continua bombando na Terra. Não só de bomba, mas de trambiques, maldades, ganhar mais matando inocentes, trapacear, enganar. Esse é o novo mundo que a gente tanto esperava. Decepção.

Às vezes, tento abordar coisas boas, mas está cada vez mais difícil, só mesmo os nossos sonhos, o que idealizamos e não podemos viver. Quem não queria sair na rua sossegado só para passear mesmo? O que virou esse planeta, não se vê nada de bom, e quando deveria ver, tem um grupinho do contra querendo ver o mal.

Enquanto os ricos de hoje vivem sem medo, os pobres mortais são roubados do pouco que têm, ou pior, daquilo que esperam meses para poder comprar, para vir um e roubar e fazer dinheiro com a sua desgraça, isso quando não matam. E os ricos na mais santa paz. Só que não. Um dia a casa cai, a saúde fica ruim, o filho decepciona, a vida vai embora, e o dinheiro que tanto ostentou só serviu para te dar o que não faz nada de você, a não ser o orgulho do poder, o invisível da vida verdadeira.

Sai de casa e não sabe se volta. Essa frase sempre existiu porque tudo pode acontecer. Agora pode ser até por beber alguma coisa com os amigos, teve alguém sem vontade de trabalhar e resolveu envenenar os outros para ganhar mais dinheiro. Que grande ideia, só não pensa que um filho, ou alguém que ama de verdade, pode morrer também por culpa da ganância dele. Mas o que importa é ter muito dinheiro.

Tudo isso é abuso, imagina se teria cadeia para tantos abusos? Ou isso tem um fim, ou o mundo ficará só entre eles se digladiando por dinheiro e poder, e nós, quem sabe, somos abduzidos?

É gostoso brindar, sair, mas por enquanto teremos que brindar com água, enquanto não envenenarem também. Hoje estou aqui ironizando acontecimentos perigosos e inaceitáveis. Mas amanhã vou brindar minha estreia, com água ou sem nada, mas vou me dar esse prazer. Afinal, estou trabalhando para viver minhas emoções, e vou viver.

Por Maristela Prado

Crônicas, artigos e críticas literárias